Era o vinho, meu deus, era o vinho!
Lembram-se da excursão que o Paulo das camionetas realizou? Pois eu ontem soube de algo que vou partilhar com vocês. Não é que eu queira saber da vida das outras pessoas, isso não me interessa para nada (que ideia!), mas os habitantes desta vila pacata insistem em vir cá a casa me contar as coisas e eu, mais por boa educação que outra coisa, escuto sempre com atenção!
Bem, voltando ao dia da excursão, chegou-me aos ouvidos que a Sra Almerinda encheu bem a pança de carne de leitão assado ali para os lados de Mealhada juntamente com uma caneca de vinho e que, já que a senhora tinha pago a caneca inteira, não iria deixar o resto para o restaurante. Que não me faça mal - dizia ela enquanto sorveu o vinho até à última gota.
Já na camioneta a senhora começou a sentir-se mal. Dizia que via tudo à roda tal como se ela se tivesse sentado num carrinho da montanha-russa.
- Parai a camioneta, parai! - diziam as pessoas.
- Mas eu não posso parar aqui no meio da auto-estrada - dizia o motorista - só na próxima área de serviço.
Mas já não foi a tempo. A senhora vomitou no chão do autocarro. Até as lembranças de Fátima ficaram manchadas de bordeaux. O motorista abriu as portas de trás em andamento para as pessoas apanharem ar pois o cheiro era nauseabundo. Quem olhasse para o chão do autocarro via todo o vinho desperdiçado de um lado para o outro ao sabor das curvas.
A Sra Almerinda ficou doente durante 3 dias e disse mesmo que nunca mais em toda a sua vida tocaria numa gota de álcool.