O dia mais feliz com a Peixe Frito
A convidada desta semana da minha recente rubrica é a Peixe Frito. Todos a conhecem aqui no Sapo Blogs e conhecem os seus textos sempre cheios de humor, é impossível não ler os seus escritos sem uma gargalhada! Por mais pessoas assim, por favor. Hoje ela está aqui, sentada no meu sofá a tomar uma chávena de chá, e a contar-me um dos dias mais felizes da sua vida.
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O dia mais feliz da minha vida. Ora aí está uma tarefa praticamente impossível, não de ser realizada mas sim de condecorar um dia de toda a minha vida em que a percentagem de euforia bateu os 100% ou andou lá a roçar perto - muito grata por me relembrares que estou a ficar carcaça, querido Milorde. A quantidade de tempo que eu tive ali assim a olhar para a morte da bezerra a ver a minha vida a passar à frente dos meus olhos, só a ver se me recordava de algum dia digno da medalha e o assustador não foi o quase não encontrar o dito mas sim a quantidade de memórias armazenadas que tenho, eu já ali quase a adormecer tal a exorbitância de horas e ainda com direito ao director’s cut, as cenas por detrás dos bastidores (ou pela frente) além das cenas repetidas (a dada altura, acho que fiz como a sardinha e passei pelas brasas), que era cada cavadela cada minhoca, algumas ainda em disquete! Tive de passar tudo para a Cloud, catalogando por ano e categoria, para posterior mais fácil acesso. Uma trabalheira terrível - e após ter gasto resmas de post it’s às cores a marcar episódios e referências em toda a minha vida, mandei tudo às urtigas. Ah pois é. Já vivi muita coisa linda, conheci pessoas e sítios maravilhosos, sei que ainda muito mais a vida me irá prendar e enriquecer.
Não querendo ser a gaja do cliché armada em hippie a dizer “todos os dias são dias lindos e maravilhosos, sou todos os dias feliz e mesmo quando estou em baixo, tento encontrar algo que me aqueça o coração, nem que seja o sol quentinho ou o ouvir os passarinhos chilrearem” - o que, de facto, para mim é verdade. Tento sempre encontrar algo que me alegre e deixe as nuvens negras para trás. É o meu sistema de segurança integrado, senão passo-me e viro furacão, arraso tudo, arranco árvores do chão, ladro a gatinhos e faço olhar matador a toda a gente - todos os dias têm algo especial. Podia partilhar “n” histórias da minha vida mas decidi pela mais simples de todas: o dia em que criei o meu blog. Sim, foi um dos dias da minha vida, em que a lucidez não estava em alta - e falo a sério, estava a viver uma fase conturbada na vida pessoal - mas que ainda assim, arrisquei.
Como se criar um blog fosse algo mega hiper super barbatana. Na altura, para mim era. Senti uma enorme alegria por ter criado o meu espaço e é ele que, de forma consistente, me dá pedaços de alegria diária. Seja porque sempre adorei escrever e finalmente dei a cara - com nick, está certo, mas de certa maneira expus-me - deixando fluir o meu sentido de humor, um pouco comedido mas a fluir, me permitindo a mim ser ainda mais eu própria, seja pelo factor de que adoro interagir com os leitores e amigos bloggers, seja porque conheci a minha melhor amiga através do blog, uma das pessoas que mais amo na minha vida. Por si só, como dá para observar, é um dia ao qual devo imensa gratidão e me dá felicidade. Não necessariamente pelo dia em si, pelo que vivi nele na íntegra, mas porque ele foi um “pressure point” para muitas alegrias de futuro, entre elas, uma amizade como nunca tive e certamente, nenhuma se igualará. Por isso, é isso mesmo. (um dos) dia mais feliz da minha vida foi o dia em que decidi fazer parte da blogosfera, espalhando o terror ciberneticamente (como se o pessoalmente não bastasse), angariando assim uma panóplia de mundos (o dos leitores e amigos), experiências, confidências e amizades que valem o seu peso em ouro (pena que a minha amiga é magra, senão já a tinha rifado por camelos). Todos os pedaços juntos, fazem um dia a bater os 100%, passam até ao infinito e mais além. E melhor que isso, dificilmente - bem, quer dizer... se calhaaaaar... 😉"