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Milorde

O Milorde escreve uma curta

Milorde, 27.04.23
Hoje fui com a minha mãe a uma consulta num hospital público e tenho coisas a dizer:
  1. Deixa-me bastante desconfortável ter que ir a uma casa de banho pública e a porta não fecha.
  2. A consulta da minha mãe estava marcada para as 10h. São 11 e ela ainda não foi atendida.
  3. Enerva-me a libertinagem das pessoas que se passeiam pelo hospital como se estivessem a fazer uma caminhada no meio da natureza.
  4. Quando tossirem, por favor, metam o braço à frente da boca! É uma regra básica.
  5. Gente eu ouço bem! Não precisam falar comigo tão perto ao ponto de eu levar com perdigotos na cara.

 

O Milorde questiona

Milorde, 20.04.23

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Olá a todos!

Sou uma pessoa que dá muita importância à opinião daqueles que me seguem, daqueles que se mantêm fieis desde o início ao meu projeto, e por isso mesmo decidi criar um inquérito sobre este blogue para melhor perceber a vossa opinião sobre ele e, se porventura, devo melhorar ou mudar alguma coisa.

Então peço a colaboração de todos vocês para preencher este pequeno inquérito de escolha múltipla que vos faço.

A vossa opinião é muito importante para mim!

 

https://forms.gle/wTC8XUEaDP2J2Lho6

(O inquérito é anónimo. Não terei acesso aos vossos emails pessoais)

 

O Milorde fofoqueiro

Milorde, 20.03.23

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O mecânico de Barbalimpa é viúvo. Conta-se que, após a morte da sua mulher, arranjou logo outra que conheceu numa dancetaria no Porto, casaram e ela mudou-se para aqui. A senhora era, digamos, um pouco espalhafatosa. Sempre que havia algum problema entre o casal a portuense vinha para fora de casa discutir com o homem para que toda a aldeia soubesse que o mecânico "não valia nada" e que era um porco. Por diversas vezes a GNR foi chamada ao local para acalmar os ânimos e conta-se ainda que o mecânico teve que lhe pagar cerca de 50 mil euros de indemnização após o divórcio de ambos.

Quem também se divorciou foi a Marlene, a corista que canta o Aleluia todos os domingos na missa das oito. O ex-marido vai sempre de bicicleta para o trabalho porque nunca tirou a carta de condução mas ainda está a pagar um crédito de um automóvel que comprou para a ex-mulher. Ora após o divórcio (conta-se que ela o expulsou de casa) o homem levou o carro com ele, não me perguntem como. Foi uma espécie de: não ficas comigo, também não ficas com o carro!

A Marlene trabalhava num lar de idosos, e eu digo trabalhava porque a senhora despediu-se recentemente e vocês já vão perceber toda esta história, digna de uma novela mexicana.

Sábado à tardinha a Marlene encomendou dois frangos de churrasco com piri-piri na churrascaria da Dona Conceição. Quando ela os veio buscar toda a gente ficou admirada a olhar para ela! Primeiro porque ela veio com um carro, mas um carro daqueles que a gente olha e diz: caramba! Saiu do carro com uns sapatos de salto alto e toda bem vestida, penteada e maquilhada.

Conta-se que ela anda metida com o mecânico.

 

O Milorde nas redes sociais

Milorde, 13.01.23

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Estou cada vez mais rendido às redes sociais. Tenho criado conteúdos para obter mais reações por parte das pessoas e tenho conseguido bons resultados. Aconselho todos vocês a fazer o mesmo para trazer mais pessoas das redes sociais para os nossos blogues. Temos que nos dar a conhecer!

E já agora não deixem de visitar a minha página Facebook e Instagram e deixar o vosso like.

O Milorde e a corrupção

Milorde, 12.01.23

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O meu carro não passou na inspeção periódica devido a vários problemas que o inspetor tão bem descreveu numa carta vermelha que me estendeu enquanto me disse "tenha um bom dia". Que lata!

Vim para casa chateado como se o mundo todo tivesse culpa de eu ter uma lata velha à qual chamo de carro que as minhas pequenas poupanças me permitiram comprar. Porém nada mais havia a fazer a não ser levá-lo a uma oficina para o arranjar e o preparar para refazer uma nova inspeção. Quando estamos doentes, vamos ao médico; quando o carro não está bem, vamos ao mecânico; é assim a lei da vida.

Liguei para o meu mecânico e a resposta dele à minha situação foi curta: passa por cá quando puderes para nós falarmos. Achei esta resposta estranha. Esperava ouvir um "temos que ver isso" pelo menos.

Quando lá cheguei e lhe mostrei a carta vermelha ele simplesmente me disse em voz baixa: isto vai te ficar muito caro, o melhor a fazer é tu dares-me 65€ e eu vou com o carro a outro centro de inspeções e ele passa.

- 65€ para quê? - perguntei.

- São 30 para a inspeção, 20 para o gajo e 15 para mim para o meu trabalho.

- Qual trabalho? - voltei a perguntar pensando eu que ele iria arranjar alguma coisa.

- O de o levar lá.

Foi esta a nossa conversa, sem tirar nem pôr. Insisti com ele para, no mínimo, fazer um orçamento para ver quanto ficava o conserto do carro e assim tomar uma decisão. Recusou-se a fazê-lo indicando sempre que seria muito caro. Dirigi-me depois a outro mecânico para obter uma segunda opinião e a resposta foi exatamente a mesma. Não vale a pena arranjar, o melhor é dar o dinheiro e o carro fica aprovado.

Claro que eu não sou inocente e sei perfeitamente que estas situações acontecem. Vários amigos me disseram que eu era burro, bastava colocar uma nota de 10€ na mão do inspetor aquando da inspeção e o carro passava com uma folha verde limpa de imperfeições. Eu apenas procurava uma alma caridosa, como se procurasse uma agulha no palheiro, que pegasse no meu carro e me dissesse quanto custava o reparo.

Após algumas tentativas lá encontrei um senhor, que esse sim posso chamar de mecânico, que fez o seu trabalho. O conserto do meu carro ficava por volta dos 120€. Aceitei o orçamento e o senhor reparou o meu carro. Voltei ao centro de inspeções e o meu carro passou sem nenhum problema apontado.

O Milorde é contra e recusa-se a ser conivente com qualquer tipo de corrupção.

O Milorde Botânico

Milorde, 05.12.22

Ofereceram-me uma floreira com três prateleiras para colocar vasos. Como não tinha algum vaso para lá colocar - a minha mãe tem apenas alguns catos que estão na varanda -, decidi ir a um horto para comprar plantas de interior, e foi assim que tudo começou.

Comprei três plantas que infelizmente, e digo isto mesmo com alguma tristeza, não vingaram. Consegui apenas salvar uma. E porquê Milorde? Por 4 erros que não devemos cometer:

  • Mal cheguei a casa a primeira coisa que fiz foi mudar as plantas de vaso. Errado! Uma coisa que aprendi nesta minha jornada como botânico amador é que existem épocas para fazer as mudas das plantas, não é quando nos apetece;
  • Comprei a terra mais barata que havia no horto, uma terra universal. Errado! As plantas de interior não aceitam qualquer substrato, tem que ser um substrato próprio para elas;
  • Mudei as plantas para vasos sem furos. Muito errado! Os vasos têm que ter obrigatoriamente furos para que a planta possa drenar a água;
  • Coloquei as minhas plantas ao fundo das escadas, num sítio escuro. Errado, errado e errado! As plantas têm que ter muita luz para sobreviver, mas não sol direto porque pode queimar as folhas.

Após este desastre comprei mais três plantas. Passado umas semanas comprei mais uma, depois outra, e outra... neste momento tenho 11 plantas em minha casa! A minha mãe diz que esta casa mais parece um horto.

Penso que Milorde está a ficar com uma certa obsessão pelas plantas... será que devo me preocupar?

A Curandeira

Milorde, 21.11.22

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Era um jovem adulto quando tive um pesadelo tão medonho que me deixou com medo de dormir. Deitava-me a pensar que quando adormecesse tivesse um outro pesadelo que me fizesse acordar com o coração a bater a mil pulsações e, então, esse receio impedia-me de adormecer. Junto com esse receio o meu cérebro criou uma espécie de tormento em relação ao ato de dormir, comecei a pensar que quando dormimos é como se deixássemos de existir neste mundo, que podia mesmo não voltar a acordar, fiquei completamente apavorado com essa ideia que recusava-me mesmo a fechar os olhos.

A minha mãe quando descobriu este meu medo, obviamente que ficou bastante preocupada com o meu estado de saúde e quando o comentou com uma vizinha nossa na altura, a senhora disse:

- Não se preocupe. O seu filho precisa de ir ver uma senhora que eu conheço que tem morada aberta. Ela faz-lhe umas benzas e de certeza que depois disso ele vai dormir melhor.

Sabem que na altura a doença mental era algo do qual não se falava. Quem visitava um psiquiatra ou até mesmo um psicólogo eram os malucos e como eu não era maculo - e também porque jamais aceitaria me consultar com um médico de saúde mental devido a todo esse estereótipo - nunca passou pela cabeça da minha mãe levar-me ao médico por ter problemas em dormir.

Assim, num sábado à tarde em que o céu se pintou de cinzento, a minha mãe meteu-me uma nota de 5 euros no bolso e um saco com três cuecas minhas para benzer e fui com a minha vizinha à casa da tal senhora curandeira que levava apenas o que as pessoas podiam dar. Chegamos a uma casa com a tinta desbotada e algumas ervas daninhas enfeitavam um jardim que não tinha mais de 6 metros quadrados. Subimos as escadas e fiquei à espera num Hall com azulejos pretos e brancos numa ilusão de ótica enquanto a minha vizinha falava com a senhora sobre o meu problema.

Até então a senhora comia a sua sopa com os olhos postos numa tigela fumegante e, de repente, ergueu o seu olhar na minha direção e observou-me de alto a baixo. Senti-me totalmente exposto.

- Ele que se sente ali - ordenou apontando um dedo ossudo na direção de uma cadeira de madeira encostada a um canto.

Sentei-me e esperei que ela acabasse de comer a sua sopa. De seguida a senhora levantou-se, pegou numa pequena cruz de madeira que estava pousada numa mesinha cheia de santas de barro e velas ardidas - uma espécie de altar -, e dirigiu-se a mim. De pé à minha frente e com um uma mão nas costas da cadeira onde estava sentado, com os olhos fechados e com uma voz embargada, começou por dizer:

- Palhas, alhos e alecrim. Que tudo seja assim.

Enquanto dizia a suas rezas balançava a pequena cruz para trás e para a frente numa espécie de transe. Fez o mesmo a cada cueca minha e ordenou-me que vestisse uma por dia depois de lavar bem a minha zona genital apenas com água morna e sabão rosa.

Disse à minha vizinha que eu tinha muito ar que ela eficientemente talhou, como se eu não estivesse ali para ouvir. Estendi-lhe a nota de 5 euros que a minha mãe me tinha dado para o pagamento do serviço que ela recusou dizendo que não podia tocar em dinheiro depois de ter feito tais rezas contra uma força malévola maior. Disse-me para pousar o dinheiro numa caixinha ao pé do altar improvisado dela. Saímos enquanto a senhora fechava uma porta de rua perra com força para ir à missa.

Fiz tudo direitinho como ela mandou nos dias seguintes. Os pesadelos não desapareceram. Acompanham-me ainda hoje.

 

O Milorde escandalizado

Milorde, 17.11.22

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Há mais um escândalo que ocorreu nesta vila pacata recentemente e que vou partilhar, ou não fossem vocês leitores ávidos por mexericos, principalmente daqueles bem intrigantes. Sabem bem que Milorde não perde uma oportunidade para vos pôr a par de todos os acontecimentos desta vila.

Acontece que uma professora, aqui há cerca de quatro anos atrás, decidiu abrir um centro de explicações aqui na vila não só para as crianças que tinham dificuldade em aprender mas também para aqueles pais que não têm onde deixar os filhos. Segundo alguns pais - e segundo o relato das próprias crianças -, a docente limitava-se apenas a fazer os trabalhos de casa, dando literalmente as respostas aos exercícios, e depois a meio da tarde faziam um lanche comum, onde as crianças juntavam o lanche que traziam de casa e cada um comia o que quiser, inclusive a professora que não trazia o seu próprio lanche e comias as bolachas quase todas, a gulosa!

Mas esperem, que a história não acaba aqui.

Com a inflação, esta maldita palavra que tem povoado a nossa vida desde o início da guerra, a renda do seu espaço aumentou. A professora não teve outro remédio senão aceitar. Deu a entender aos pais que provavelmente iria tentar arranjar um outro espaço mais barato mas que não se preocupassem, ela iria continuar a fazer tudo igual.

Os pais foram pagando a mensalidade sempre antecipadamente, até ao dia 8 de cada mês, incluindo o corrente mês de novembro. Depois desse pagamento, a professora mandou mensagens aos pais a dizer que não levassem os filhos no dia seguinte pois ela estaria ocupada em arranjar um outro espaço para as suas explicações. Nisto o tempo foi passando, e ela quando contactada dizia dava sempre a desculpa da lentidão das burocracias. Segunda-feira passada os pais encontraram o espaço completamente vazio! A professora tinha retirado tudo do espaço sem dar conhecimento a ninguém e ao contacta-la os pais dão de caras com o voice-mail da própria. A professora simplesmente desapareceu com o dinheiro das mensalidades do mês do novembro.

Os pais estão todo revoltados. Anda aqui uma espécie de caça à professora que está em parte incerta. Ninguém sabe de nada.

 

Sobre o caso Miguel Alves...

Milorde, 15.11.22

... e sobre esta notícia do JN que diz:

«Há mais uma polémica que envolve Miguel Alves e, agora também, António Costa. Enquanto presidente da Câmara de Lisboa, em 2010, o atual primeiro-ministro ter-lhe-á pago mais de 80 mil euros em três ajustes diretos para serviços de consultadoria naquela autarquia, segundo noticiou a TVI/CNN. Os contratos terão sido realizados no mesmo dia, num montante total que obrigaria a lançar um concurso público, se não fosse dividido.»

 

Deram a maioria absoluta ao PS em janeiro, não deram?

 

A greve dos miúdos

Milorde, 10.11.22

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"Mais de 50 alunos estão esta quinta-feira a bloquear todas as entradas da escola artística António Arroio, em Lisboa" - diz o site da SIC Notícias. "Os ativistas exigem o fim dos combustíveis fósseis e a demissão do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, por já ter sido CEO de uma petrolífera". Reparem na palavra exigem.

Estava a almoçar com a minha mãe quando vi a reportagem na televisão e sinceramente aquilo pareceu-me mais uma festa de jovens que não querem ir para a escola do que uma manifestação séria. Os jovens ocupam uma instituição de ensino, não sei bem porquê, impedem a entrada de todo o pessoal, passam lá o dia entre gritos, música, danças e stories no Instagram, fazem as suas refeições e até dormem lá dentro em sacos-cama e colchões de ginástica. Querem lá vocês uma coisa mais divertida do que aquilo! Qual Sunset qual quê, o que está a bombar agora são as manifestações dentro da escola.

E agora eu pergunto: onde estão os pais deste bando de miúdos?! Eu não sou pai mas se o fosse certamente que não deixaria um filho meu fazer tal coisa, mas isto sou eu que tive uma educação talvez do século passado, penso que já esteja ultrapassado. No meu tempo se eu exigisse alguma coisa levava uma chapada que nunca mais me atreveria a fazê-lo. Eles exigem a demissão de um Ministro... mas está tudo bem ou quê!!

É preciso que estes jovens e toda a população em geral percebam que os produtores de petróleo e gás têm consciência do problema das energias fósseis e investem em energias renováveis mas esta mudança requer tempo senão vamos à destruição da economia mundial.

Resumindo, sou da opinião que toda a gente tem direito a manifestar-se quando assim o entender e com razões que o justifiquem, mas sejamos mais sérios e não ultrapassemos limites. A minha liberdade acaba quando eu invado o espaço do outro.

E agora, que comece o debate, que o circo vai pegar fogo!