O dia mais feliz com a LadyVih
A minha convidada desta semana é a LadyVih, autora do blog A Duquesa e o Gato. A Lady chegou acompanhada pelo seu gato, vestida com um casaco de pelo fofo que lhe chegava até aos joelhos, saltitou por entre as pedras colocadas ao longo do meu jardim para não molhar as suas botas de camurça, e com uma gentileza que só ela tem deu-me um abraço apertado e agradeceu de imediato o convite que lhe fiz, pois diz que o 21 é um número muito especial para ela. E já vão perceber porquê.
O Misha quando viu o acompanhante da Lady ficou logo com um ar de desconfiado e, como dois cavaleiros que se preparam para um duelo, ficaram bastante tempo a olhar-se mas depois o Misha deu meia volta e desapareceu. Rimos os dois pelo sucedido e convidei a Lady a entrar e sentar-se no meu sofá. Pedi à Maria que nos servisse um chá de maçã e canela estava pronto para ouvir o dia mais feliz da Lady.
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Ora bons dias ou boas tardes (depende das horas em que estarão a ler isto).
Foi com muito carinho que recebi este convite do Milorde para a sua rubrica. Com mais carinho ainda, pois o mesmo referiu que seria publicada no dia 21 e é um número que tem, para mim, um simbolismo carregado de muito Amor. Como é uma rubrica feliz e em tempo de Natal, é mesmo sobre isso também que eu venho falar.
Nada melhor do que esta época para falar sobre isso, pois o Natal é Família, Amor, Paz, Bondade...
O meu número, como lhe chamo, foi a minha primeira morada - na casa dos meus avós. E foi a morada que escolhi para todas as minhas férias (Verão, Natal, Carnaval...). Costumo dizer que fui nascida e criada no 21. Foi lá que dei os meus primeiros passos, que balbuciei as minhas primeiras palavras, que fiz os meus primeiros amigos, que me escondi com a minha melhor amiga para falar do meu primeiro amor, que aprendi o que era certo e errado... Também foi lá que tive os meus medos pela primeira vez (os incêndios, as cobras, etc), que tive as minhas primeiras quedas, as primeiras cicatrizes...
Fui crescendo, mas o 21 continuava sempre a ser morada dos nossos Natais, dos feriados e dos domingos em família. O 21 era Casa, era Carinho, era Amor. O meu 21 é isso mesmo: Família. É a minha Avó, o meu Avô e o meu Padrinho.
Andei anos a ganhar coragem para tatuar um 21 na minha pele em forma de homenagem. Demorei uma eternidade por medo das amigas agulhas... Mas, há 3 anos atrás, decidi fazer três tatuagens e duas delas em homenagem. Foi a primeira. O meu 21 está agora no meu pulso marcado a tinta, e no meu coração gravado permanentemente, floreado com carinho, cuidado e amor.
A tatuagem, vocês nem sonham a felicidade, o orgulho e emoção que me deu olhar para ela (ainda me dá!). E um dia marcado também por ter conhecido também a minha tatuadora, que é uma das pessoas mais lindas do mundo. Nada é por acaso, acredito. O meu 21 tinha de ser com ela! Não foi num dia 21, mas foi um dia que me encheu a alma!
Obrigada Milorde, pela oportunidade de homenagear, mais um bocadinho, quem me ajudou a ter uma infância feliz. Há sinais que a vida nos dá. E este, nesta época do ano, fez tanto sentido. Obrigada!