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Milorde

O dia mais feliz com o Marco

Milorde, 26.10.21

O dia mais feliz.png

O segundo convidado desta rubrica é o Marco. Dono de uma escrita peculiar acompanhada sempre com um desenho colorido, o Marco já conquistou muitos leitores pelos blogues. Por vezes está no Sardinha sem Lata mas hoje ele é o meu convidado de honra para nos contar o dia mais feliz da sua vida.

Por vezes é difícil responder a esta pergunta, porque são vários e como eleger um? Vou escolher um da minha infância.

Dia de Natal

Devo ter uns 8 anos e como tradição na minha família, na noite de Natal eu e minha irmã e os meus primos íamos todos à casa dos meus avôs, deixar lá um sapatinho. Era tradição, não sei quem começou, mas fomos educados assim.

Depois ficamos a jogar às cartas e ao loto, os meus avós eram pessoas muito simples do campo e não davam importância a essas coisas era o que tínhamos para distrair nas noites que passávamos lá na casa deles. Naquele tempo não havia telemóveis e os programas de televisão eram de Natal ou estava a dar o “Sozinho em casa” (devo ter visto umas 20 vezes) e para passar o tempo preferíamos jogar.

Quando fomos embora passávamos sempre pelo madeiro para aquecer, porque as noites no interior são geladas , mas a noite ia ser longa para mim, porque estava ansioso pelas prendas, porque só recebia prendas pelo Natal.

Na manhã de Natal tinha que ir à Missa de Natal, e lembro-me que demorava tanto que e era uma seca e não se podia fazer nada senão estar lá parado, depois havia sempre o convívio depois da missa, mas eu já estava em pulgas para ir abrir as prendas, mas tinha que esperar, porque não estava lá ninguém para abrir a porta, quando fomos a casa dos meus avós, fomos todos ver as prendas, a minha era uma caixa grande, que nem cabia no sapato. Quando abri era um camião dos bombeiros telecomandado, com fio claro.

Simplesmente era o melhor presente que tinha recebido e acho que até hoje deve ser o melhor presente que recebi ou que teve mais significado.

O resto do dia já sabem como se passou, foi brincar, brincar, brincar, claro que as pilhas não aguentaram nada, mas brinquei com ele mesmo sem pilhas. Ainda o tenho, tem algumas peças partidas, mas acho que isso faz parte de brincar.

 

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