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Milorde

Era o vinho, meu deus, era o vinho!

Milorde, 15.11.21

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Lembram-se da excursão que o Paulo das camionetas realizou? Pois eu ontem soube de algo que vou partilhar com vocês. Não é que eu queira saber da vida das outras pessoas, isso não me interessa para nada (que ideia!), mas os habitantes desta vila pacata insistem em vir cá a casa me contar as coisas e eu, mais por boa educação que outra coisa, escuto sempre com atenção!

Bem, voltando ao dia da excursão, chegou-me aos ouvidos que a Sra Almerinda encheu bem a pança de carne de leitão assado ali para os lados de Mealhada juntamente com uma caneca de vinho e que, já que a senhora tinha pago a caneca inteira, não iria deixar o resto para o restaurante. Que não me faça mal - dizia ela enquanto sorveu o vinho até à última gota.

Já na camioneta a senhora começou a sentir-se mal. Dizia que via tudo à roda tal como se ela se tivesse sentado num carrinho da montanha-russa.

- Parai a camioneta, parai! - diziam as pessoas.

- Mas eu não posso parar aqui no meio da auto-estrada - dizia o motorista - só na próxima área de serviço.

Mas já não foi a tempo. A senhora vomitou no chão do autocarro. Até as lembranças de Fátima ficaram manchadas de bordeaux. O motorista abriu as portas de trás em andamento para as pessoas apanharem ar pois o cheiro era nauseabundo. Quem olhasse para o chão do autocarro via todo o vinho desperdiçado de um lado para o outro ao sabor das curvas.

A Sra Almerinda ficou doente durante 3 dias e disse mesmo que nunca mais em toda a sua vida tocaria numa gota de álcool.

 

A bebedeira do Chico

Milorde, 07.10.21

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O Chico ontem à noite já estava com uma bebedeira tamanha que ao falar babava-se todo, como se a sua língua fosse grande demais para a sua boca. O filho dele pediu ao Jorge, dono do café restaurante, para lhe preparar um prato de frango de churrasco para o jantar mas o Chico pouco comeu, a caneca de vinho tinto essa foi esvaziada em poucos minutos.

- Ó Fernando, é melhor levares o teu pai para casa - alguém lhe disse - senão ele ainda vai se sentir mal de tanto vinho que está a beber.

O Fernando bem queria levar o pai para casa mas o Chico debatia-se, dizia que não queria ir, que queria ver o jogo do Porto até ao fim, até ao ponto em que a certa altura o homem caiu no chão a espernear as pernas e a babar-se da boca.

- Chamem os bombeiros! - Berrou o Zé, também ele já a balançar-se, que o "vento" era muito!

Os bombeiros chegaram com os faróis acesos e a sirene a tocar e eu só queria que vocês vissem a cara deles quando o Chico se levantou do chão e disse que estava bem, mas o "vento" era tanto que o homem balançava como varas verdes.

- Eu não sei se devemos levá-lo ao hospital ou não - disse a bombeira mas, após uma chamada telefónica para uma médica, lá decidiram levar o Chico ao hospital. O Fernando não seguiu com ele, pediu para lhe ligaram quando o pai estivesse pronto (como se o senhor fosse a uma consulta e não a uma urgência hospitalar) e pediu mais uma cerveja ao Jorge.

No dia a seguir a Maria perguntou ao Fernando se o seu pai já estava melhor e ele respondeu que sim, já estava em casa a curar.

- E sabes o que ele disse no hospital? Que eu lhe tinha batido! Agora tenho que ir ao posto da GNR prestar declarações.