O Milorde conta um conto e acrescenta um ponto
O Maurício é um colega brasileiro que está em Portugal há 3 anos. Quando chegou cá a primeira coisa que fez, depois de ter tratado de toda a burocracia necessária para ficar, foi procurar um imóvel para comprar com as economias que conseguiu juntar. Através de uma busca pela internet encontrou uma casa que lhe pareceu perfeita para ele e para a sua família habitarem num site de uma agência imobiliária muito conhecida que não vou dizer o nome (apenas digo que começa com R e acaba em X).
Ligou para a agência a manifestar o interesse na habitação e recebeu a seguinte resposta do outro lado da linha: "Os bancos portugueses estão a emprestar dinheiro para os brasileiros?". Assim de rompante. O Maurício desligou o telefone na cara do interlocutor e no dia seguinte dirigiu-se à agência imobiliária pessoalmente para perguntar ao senhor se era assim que ele falava com um cliente. "Ah sabe nós estamos a fazer o nosso trabalho... peço desculpa mas realmente a situação não está fácil...". O Maurício respondeu que tinha dinheiro para pagar aquele imóvel mas pelo atendimento que lhe foi prestado já não o queria mais.
Isto levanta várias questões que se fosse a enumerá-las tínhamos aqui texto para ler durante dias a fio. O que eu queria mesmo realçar contando esta história é o mau atendimento ao público que verificamos cada vez mais no nosso dia a dia. Longe vai o tempo em que para trabalhar no atendimento ao público o requisito mínimo seria ser simpático para o cliente.
O mesmo acontece numa loja de eletrodomésticos - muito conhecida também - em que ninguém está disponível! Quase que temos que andar atrás deles para pedir uma informação, um aconselhamento. Já me aconteceu estar dentro de uma Worten Mobile durante um bom período de tempo em que estavam 4 pessoas atrás do balcão e ninguém se dignou a aproximar-se de mim perguntando se precisava de ajuda.
Nas lojas de roupa somos atendidos por miúdas carregadas de maquilhagem que nos dizem apenas "bom dia, obrigado, o próximo" sem mesmo nos olhar e por cima de uma música ensurdecedora que quase nem as ouvimos. Nos supermercados nem vou falar! Deseja fatura com número de contribuinte?
Na minha opinião todas estas pessoas deveriam ser submetidas a uma formação básica sobre um atendimento ao público. Já trabalhei na mesma área por diversas vezes e em momento algum, e por qualquer razão que seja, deixei de ser simpático e prestável para um cliente, nem faz parte da minha educação não sê-lo.
Sejamos mais gentis e deixemos de tratar as pessoas como números mas sim como humanos.