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Milorde

A história de um rapaz que se assumiu

Milorde, 01.09.23

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Quando tive o meu primeiro namorado e me assumi como homossexual a minha mãe fez-me um ultimato: se queres te assumir sais fora desta casa! Não levei essa ameaça a sério porque lá no fundo eu sabia que ela nunca seria capaz de fazer uma monstruosidade dessas, estava apenas chocada com uma realidade que, acredito, ela já ter percebido e fingido não ver. Corria o ano de 2009.

Nessa altura, a minha mãe não estava preocupada comigo, mas sim por aquilo que os outros iriam falar. "Tu vais ser motivo de chacota" dizia ela. Soube que mais tarde ligou ao irmão, meu tio emigrado na Suíça, para desabafar e ele simplesmente lhe disse que era algo completamente normal e que na Suíça não faltavam rapazes como eu, que se algum dia me sentisse mal ou constrangido por me assumir, poderia perfeitamente emigrar para junto dele que iria ajudar-me no que pudesse.

Não aceitei. Emigrar nunca esteve nos meus planos e muito menos emigrar por causa do que os outros iriam falar de mim, isso jamais!

Quando contei à minha irmã mais nova ela ficou contentíssima por lhe ter confiado algo tão íntimo e disse que me apoiava em tudo. A minha irmã do meio, na altura com 20 anos, ficou igualmente chocada. "Vai ser uma vergonha" dizia ela, e certo dia ouvi ela comentar com a mãe "são coisas que se metem na cabeça das pessoas e depois passa". Pois, mas como a homossexualidade não é uma doença que curamos com uns comprimidos ou apoio psicológico (a que muitos homens foram sujeitos ao longo dos anos), essas "coisas que se meteram na minha cabeça" não passaram.

A minha mãe tinha razão numa coisa: o motivo da chacota. A partir do momento que me assumi como gay e comecei a viver a minha vida sem me esconder, o meu namorado vinha buscar-me à porta de casa em vez de me esperar num sítio mais reservado, as piadas e bocas surgiram. "Lá vai o paneleiro", "cuidado senão ele enraba-te", "este gajo é mesmo bicha" - são apenas alguns exemplos.

Ouvi e calei durante muitos anos.

Hoje a situação é diferente. Há mais pessoas que cumprimentam o meu namorado que aquelas que nos criticam e isso deixa-me muito feliz. Claro que uma vez por outra ainda ouço comentários desagradáveis, porém em vez de baixar a cabeça e continuar olho a pessoa diretamente nos olhos, sem dizer nada. A pessoa vira a cara, completamente desarmada, porque percebeu que aquelas palavras não me atingem mais.

Sou mais respeitado hoje do que há 14 anos atrás. A vida, essa, só diz respeito a mim. Os outros são apenas os outros.

Bom fim de semana a todos.

Terceiro dia da vaga de calor

Milorde, 23.08.23

Será que consigo arranjar um voo de última hora e baratinho para a Noruega?

Ontem quando saí de casa para ir buscar a minha mãe ao trabalho, por volta das 13h20, fui invadido por uma aragem tão quente como se tivesse aberto o forno quando ele está nos 200 graus para tirar uma lasanha já pronta. Fechei a porta logo de seguida e neguei-me compulsivamente a sair de casa com aquele calorão! Mas obviamente que tive que sair, não ia deixar a mãe a pé.

Ela quando entrou no carro disse: eu asso com este calor!

Fiquei durante o resto do dia em casa com as janelas e persianas fechadas para impedir que o calor entrasse. O problema é que quando estou sem nada para fazer, ou quando não posso sair de casa para fazer a minha caminhada por motivos climáticos, entro num estado ansioso e diria mesmo também em desespero. E sim, tive que tomar aquele comprimido que tenho em caso de SOS.

Este ano investi num aparelho de ar condicionado portátil que ainda estou a pagar em prestações, mesmo por causa de situações como esta. Só o ligo, quando necessário, umas 2 horas à noite antes de deitar, para não consumir muita eletricidade. Dormi bem.

Hoje o dia será igualmente quente. Contudo o meu humor melhorou, não só pelo ansiolítico que ainda deve estar aqui dentro do meu organismo a controlar a situação, mas também porque sei (vejo a aplicação da meteorologia de hora em hora) que esta noite será mais fresca e que amanhã este calor vai partir.

Caso ainda não tenham reparado criei um outro blogue - No seu Mundo. Nele irei partilhar uma história que tem povoado a minha mente. Irei escrever algumas coisas quando a minha inspiração estiver pronta.

 

Segundo dia de uma vaga de calor que ninguém pediu

Milorde, 22.08.23

Segundo dia de mais uma vaga de calor e eu não poderia estar mais contente - só que não! Ando num estado ansioso para que estes dias passem depressa para poder voltar a sentir o ar fresco na minha pele. Provavelmente hoje irei molhar um lençol e cobrir-me com ele (sigam-me para mais dicas ).

Esta manhã, após conduzir a minha mãe ao trabalho, fui ao Intermarché (passo a publicidade) fazer umas compras para o meu almoço que será uma omelete de espinafres, queijo e sementes de girassol, para me dar aquele boost de energia que normalmente perco quando as temperaturas sobem a partir de 26º.

Desejo, sinceramente, que passem bem estes dias e não se esqueçam de se hidratarem que é muito importante.

 

O Milorde fofoqueiro

Milorde, 20.03.23

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O mecânico de Barbalimpa é viúvo. Conta-se que, após a morte da sua mulher, arranjou logo outra que conheceu numa dancetaria no Porto, casaram e ela mudou-se para aqui. A senhora era, digamos, um pouco espalhafatosa. Sempre que havia algum problema entre o casal a portuense vinha para fora de casa discutir com o homem para que toda a aldeia soubesse que o mecânico "não valia nada" e que era um porco. Por diversas vezes a GNR foi chamada ao local para acalmar os ânimos e conta-se ainda que o mecânico teve que lhe pagar cerca de 50 mil euros de indemnização após o divórcio de ambos.

Quem também se divorciou foi a Marlene, a corista que canta o Aleluia todos os domingos na missa das oito. O ex-marido vai sempre de bicicleta para o trabalho porque nunca tirou a carta de condução mas ainda está a pagar um crédito de um automóvel que comprou para a ex-mulher. Ora após o divórcio (conta-se que ela o expulsou de casa) o homem levou o carro com ele, não me perguntem como. Foi uma espécie de: não ficas comigo, também não ficas com o carro!

A Marlene trabalhava num lar de idosos, e eu digo trabalhava porque a senhora despediu-se recentemente e vocês já vão perceber toda esta história, digna de uma novela mexicana.

Sábado à tardinha a Marlene encomendou dois frangos de churrasco com piri-piri na churrascaria da Dona Conceição. Quando ela os veio buscar toda a gente ficou admirada a olhar para ela! Primeiro porque ela veio com um carro, mas um carro daqueles que a gente olha e diz: caramba! Saiu do carro com uns sapatos de salto alto e toda bem vestida, penteada e maquilhada.

Conta-se que ela anda metida com o mecânico.

 

O Milorde das superstições

Milorde, 14.01.23

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Ontem quando estava a sacudir os tapetes, por volta das 20 horas onde a noite já era cerrada, a minha mãe disse para não o voltar a fazer porque, segundo ditos antigos, sacudir os tapetes à noite é como se sacudisses o dinheiro da tua casa. E logo numa sexta-feira 13!

A minha mãe crê em muitas superstições, tais como:

  • 7 anos de azar para quem parte um espelho;
  • pedir desejos quando vemos uma estrela cadente;
  • trevo de 4 folhas traz sorte;
  • bater na madeira sempre que se fala em algo ruim que poderia acontecer;
  • orelha esquerda quente e vermelha é sinal que alguém está a falar mal de ti;
  • andar de costas é chamar a morte;
  • varrer os pés faz com que a pessoa não case;
  • comichão na palma da mão ou avistar uma aranha pequena preta é sinal de dinheiro;
  • borboleta amarela que entra em casa é sinal de visitas;
  • guarda-chuva aberto dentro de casa dá azar;
  • fechar a porta às visitas para que elas voltem;
  • contar as estrelas pode trazer verrugas;
  • se engolires uma pastilha elástica ela pode colar no estômago e podes morrer;
  • assobiar à noite atrai males;
  • atravessar uma pessoa faz com que ela não cresça mais;
  • falar de cancro perto do lume pode trazer a doença para ti;
  • sempre que alguém falar algo ao mesmo tempo que tu, tocar em algo preto para trazer sorte;
  • deixar dinheiro em cima da mesa traz miséria;
  • uma pega a cantar perto de ti é pronúncio de morte;
  • etc.

Existe uma quantidade enorme de superstições que fui ouvindo desde criança que muitas das vezes também as faço sem me dar conta, é quase automático.

E agora quero saber das vossas superstições. Quais se lembram?

O Milorde nas redes sociais

Milorde, 13.01.23

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Estou cada vez mais rendido às redes sociais. Tenho criado conteúdos para obter mais reações por parte das pessoas e tenho conseguido bons resultados. Aconselho todos vocês a fazer o mesmo para trazer mais pessoas das redes sociais para os nossos blogues. Temos que nos dar a conhecer!

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