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Milorde

Máscaras

Milorde, 05.05.20

Depois de percorrer todas as farmácias que conheço, da aldeia e das cidades vizinhas, encontrei máscaras descartáveis a 90 cêntimos! Comprei cinco, uma para cada um, e já gastei muito dinheiro. Onde já se viu um homem como eu, que deveria estar em casa porque já sou considerado uma pessoa de risco, ter de ir à farmácia com um tecido grosso que a Maria costurou numa tentativa de fazer as suas próprias máscaras, a tapar-me a boca e dificultando-me a respiração, para comprar máscaras para aquela gente toda que só sabe comer e dormir?!

O farmacêutico realçou que as máscaras que comprei são descartáveis, ou seja, são para usar uma vez e deitar fora. Mas o que é que ele tem na cabeça? Eu não vou gastar esta quantia de dinheiro todos os dias... É que nem pensar! Ele é que não sabe o dinheiro que gasto todos os meses em medicamentos para o meu reumatismo senão até se comovia e me oferecia as máscaras.

Mal cheguei a casa, disse à Maria que tinha que costurar mais máscaras mas desta vez com um tecido mais fino, porque as calças velhas do Sebastião que ela usa são muito grossas e eu não consigo respirar. Ela respondeu-me que não tinha tecido fino. Sugeri que utilizasse alguns dos vestidos da Condessa e a senhora ficou tão chocada que não me falou durante o resto do dia. Ela não é nada solidária!

 

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