A caixa das recordações
Ontem, ao escrever um texto que será publicado brevemente, lembrei-me de ir à minha caixa de recordações buscar um diário que escrevi há 14 anos atrás, datado de 2009, para relatar algo com mais precisão.
Escusado será dizer que perdi a vontade toda de continuar a escrever para ler todas aquelas palavras que o meu eu do passado escreveu. A minha atenção focou-se inteiramente naquelas páginas amarelecidas nas pontas de um caderno preto de tamanho A5. Quanto sentimento, quanta emoção! Um verdadeiro tesouro!
Como diz um provérbio português: "as conversas são como as cerejas, vêm umas atrás das outras", o mesmo posso dizer das memórias. Comecei a tirar tudo de dentro da caixa: encontrei um outro diário, fotografias de quando era jovem, desenhos, cartas de amor, o meu bilhete de identidade antigo (que a maioria dos jovens não sabem o que é), material escolar que ainda conservo, telemóveis antigos ainda com o teclado físico, a minha guia de condução que nos davam enquanto esperávamos que a carta de condução chegasse pelos correios ainda com a minha morada antiga e assinada com uma caligrafia de um jovem de 18 anos cheio de orgulho, a fatura da televisão que comprei com o meu primeiro ordenado... enfim! Tudo aquilo que guardei ao longo da vida.
Gente, isto vale ouro!
Gostava de vos transcrever todos os sentimentos que me acompanharam naquele momento mas é impossível dizer-vos por palavras!